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terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Metodologias de Ensino

O conceito mais simples de método pode ser entendido como o caminho para alcançar um objetivo. Nesse sentido, Libâneo (2006) define os métodos de ensino como as ações do professor que organizam as atividades de ensino, bem como as dos alunos, com o propósito de atingir os objetivos do trabalho docente em relação a um conteúdo específico. Ele ressalta que o docente pode utilizar diversos métodos de ensino, considerando que todos são válidos, desde que atendam ao propósito do objetivo educacional. Para Libâneo, "não há método único de ensino, mas uma variedade de métodos cuja escolha depende dos conteúdos da disciplina, das situações didáticas específicas e das características socioculturais e de desenvolvimento mental dos alunos" (Libâneo, p. 152, 2006).

Complementando essa visão, Moran (2017) destaca o papel das tecnologias digitais como ferramentas que o professor pode e deve utilizar para tornar as aulas mais dinâmicas e envolventes. Essas tecnologias promovem a participação e a interação dos alunos nas atividades propostas. Nesse contexto, o professor assume a função de mediador do processo pedagógico, reconhecendo a importância dos saberes prévios que os alunos trazem consigo, os quais enriquecem as práticas educacionais e contribuem para o aprendizado significativo.


Confira abaixo 10 metodologias que podem ser utilizadas em sala de aula para enriquecer o processo de ensino-aprendizagem:

1. Aula Expositiva: trata-se uma exposição verbal, cujas principais características são: os conhecimentos, habilidades e tarefas que são apresentadas, explicadas ou demonstradas pelo professor. Neste cenário, cabe ao aluno receber o que está sendo exposto, passivamente ou não. Entretanto, o autor alerta sobre alguns erros recorrentes dessa prática, como: a forma mecânica que o aluno aprende por meio da memorização que não tem garantia de compreensão do assunto, a exigência do silêncio com ameaças e intimidações, “transformando a aula num desprazer para o aluno”. (Libâneo, p. 161, 2006).

2. Trabalho Independente: consiste de tarefas, dirigidas e orientadas pelo professor, para que os alunos as resolvam de modo relativamente independente e criador. O aspecto mais importante deste método é a atividade mental dos alunos, qualquer que seja a modalidade de tarefa planejada pelo professor  para estudo individual. (Libâneo, p. 163, 2006).

3.Trabalho em Grupo: consiste em distribuir temas de estudo iguais ou diferentes a grupos fixos ou variáveis, composto de 3 a 5 alunos. Este tem um caráter transitório, isto é, deve ser empregado eventualmente, conjugado com outros métodos de exposição e de trabalho independente. (Libâneo, p. 170, 2006).

4.Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL): é uma abordagem educacional que utiliza um problema prático como ponto de partida para a aquisição de conhecimentos relevantes. Nesse método, os alunos trabalham em pequenos grupos, orientados por um tutor/professor, para solucionar os desafios apresentados. Essa técnica promove o aprendizado autodirigido, incentivando o desenvolvimento do pensamento crítico e preparando os estudantes para se tornarem eficazes na resolução de problemas.

5. Instrução Por Pares: termo oriundo do inglês “Peer Instruction”, é uma estratégia de ensino baseada no estudo prévio de materiais disponibilizados pelo professor e apresentação de questões conceituais, em sala de aula, para os alunos discutirem entre si. O método está ancorado na Teoria da Educação de Gowin, que faz com que os alunos interajam entre si ao longo das aulas, se envolvam ativamente os alunos na sua própria aprendizagem e assim, promove o engajamento interativo em sala de aula focado no diálogo. Assim sendo, os estudos sobre esta abordagem teórica- metodológica é uma oportunidade excelente de aplicação em sala de aula para se obter resultados positivos na prática educativa.

6. Maker: em sua tradução literal para o português significa criador, fazedor ou construtor. Os Makers são associados à cultura do “Do it Your Self” ou “Faça você mesmo”, ao desenvolvimento de habilidades motivadas economicamente para reaproveitar, reciclar e reparar produtos ou ainda a qualquer coisa projetada, modificada ou fabricada pela própria pessoa.

Maker não está ligado de forma direta com a educação formal, mas está sendo utilizado como sinônimo da abordagem pedagógica mão na massa pela grande maioria de pessoas que se propõe a explicar seu significado assim como descrevem suas raízes e conexões teóricas à pesquisas anteriores em educação realizadas por educadores e pensadores que se dedicaram em relacionar o desenvolvimento de experiências educacionais lúdicas, tangíveis e sociais onde a produção de artefatos e a participação mais ativa dos estudantes facilitam o desenvolvimento de habilidades com sentido aos envolvidos preparando-os para futuras responsabilidades.

7. Design Thinking: é uma abordagem metodológica e interdisciplinar. Trabalhar todas as disciplinas juntas. É uma forma de pensar e solucionar problemas através da empatia, da colaboração, da prototipação de ideias e da experimentação.

8. Gamificação: o termo gamificação vem do idioma inglês – gamification – que é a prática de aplicar mecânica de jogos em diversas áreas como negócios, saúde, e vida social. Busarello (2016) define Gamificação como um sistema utilizado para a resolução de problemas através da elevação e manutenção dos níveis de engajamento por meio de estímulos à motivação intrínseca do indivíduo. A utilização desta estratégia no contexto educacional pode tornar o processo de aprendizagem mais atraente e motivador.   

9. Sala de Aula Invertida: O termo Sala de Aula Invertida é tradução usada de uma série de expressões em inglês, tais como inverted classroom; flipped classroom; flipped teaching ou flip teaching; reverse teaching; flipping the classroom ou flip the classroom. No Brasil, pesquisadores deste método optaram pela utilização da expressão flipped classroom (Guimarães, 2021). 

A Sala de Aula Invertida é uma perspectiva metodológica na qual o/a estudante aprende por meio da articulação entre espaços e tempos on-line - síncronos e assíncronos - e presenciais. Desta forma, integra, juntamente com outras práticas pedagógicas, o chamado Ensino Híbrido (Junior, 2020)

10. Storytelling: é a capacidade de contar histórias de maneira relevante, onde os recursos audiovisuais são utilizados juntamente com as palavras. É um método que promove o seu negócio sem que haja a necessidade de fazer uma venda direta. Em outras palavras, o storytelling tem um caráter muito mais persuasivo do que invasivo (Rez, 2017).

Cada uma dessas abordagens proporciona diversas oportunidades de engajamento, estimulando a participação ativa dos alunos e a aplicação prática dos conhecimentos adquiridos, enquanto respeita as características e necessidades individuais de cada estudante. É importante lembrar que o professor pode e deve recorrer a diferentes métodos, sempre que necessário, para alcançar os objetivos educacionais de forma eficiente e significativa.

 

Referências

ARAÚJO, Ives S.; MAZUR, Eric. Instrução Pelos Colegas e Ensino sob Medida: Uma Proposta para o Engajamento dos Alunos no Processo de Ensino-Aprendizagem de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 30, n. 2, p.362-384, 2013. Disponível em: https://mazur.harvard.edu/files/mazur/files/rep_707.pdf. Acesso em: 29 jul. 2023.

BUSARELLO, Raul Inácio. Gamification: princípios e estratégias. São Paulo: Pimenta Cultural, 2016. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4455428/mod_resource/content/1/Gamification.pdf

GAVASSA, Regina Célia Fortuna Broti. Educação maker: muito mais que papel e cola. Tecnologias, Sociedade e Conhecimento, Campinas, SP, v. 7, n. 2, p. 33–48, 2020.

Guia Didático do Design Thinking: Uma Metodologia Ativa Para Estimular a Criatividade, a Inovação e o Empreendedorismo em Sala de Aula. RS. 2020. Disponível em:   https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/572344/2/Guia%20Did%c3%a1tico%20do%20Design%20Thinking%20_%20uma%20metodologia%20ativa%20para%20estimular%20a%20criatividade%2c%20a%20inova%c3%a7%c3%a3o%20e%20o%20empreendedorismo%20em%20sala%20de%20aula..pdf

GUIMARÃES, L. P. S. Da sala de aula tradicional à sala de aula invertida: estratégias para a educação na era digital. Open Minds International Journal. São Paulo, vol. 2, n. 2: p. 5-18, Maio, Jun, Jul, Ago/2021. Disponível em: https://openminds.emnuvens.com.br/openminds/article/view/131/93

JUNIOR, Carlos, R. S. Sala de aula invertida: por onde começar? Pró-Reitoria de Ensino/ Diretoria de Educação a Distância, IFGO, Goiás, 2020.  Disponível:  https://ifg.edu.br/attachments/article/19169/Sala%20de%20aula%20invertida_%20por%20onde%20come%C3%A7ar%20(21-12-2020).pdf

LIBÂNEO, J.C. Didática. Ed: Cortez, São Paulo, 2006.

METODOLOGIAS ATIVAS UNISUL. Entrevista José Moran - Metodologias Ativas. YouTube, 7 de março de 2017. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=O4icT4Z8m6Q.

REZ, Rafael. O que é storytelling? Revista Nova Escola. 2017. Disponível em:   https://novaescolademarketing.com.br/o-que-e-storytelling/

 

 

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Do Diário de Classe Convencional ao Eletrônico

 1. Conceito:

A palavra "Diário" origina-se do latim diarius que significa caderno ou livro em que se anotam os fatos de cada dia; relação do que se faz ou do que se sucede em cada dia.

o Diário de Classe também erroneamente conhecido  como caderneta (caderninho de anotações, folhas de papel não impressas, encadernadas ou brochadas em pequeno volumes, usadas para registro).

É um documento escolar que se destina ao registro das atividades desenvolvidas pelo professor e pelo aluno durante um período letivo (frequencia, notas e/ou conceitos atribuídos em avaliações dos componentes curriculares lecionados).

2. Diretrizes para o processo de preenchimento do Diário de Classe: 

O Diário de Classe é:

Ø instrumento oficialmente reconhecido pelos órgãos mantenedores do sistema educacional, como documento imprescindível da escrituração escolar, o qual não pode ser, sob qualquer pretexto retirado do estabelecimento de ensino, a cujo arquivo pertence.

Ø um documento da responsabiliade do diretor, técnicos, docentes e secratário escolar, devendo ser preenchido diariamente pelo professor, acompanhado pelo supervisor (hoje coordenador) escolar.

O Diário de Classe destina-se ao registro de:

a) Relação de nomes dos (as) alunos (as) em ordem alfabetica;

b) O nome do(a) aluno(a) deve ser preenchido manuscrito, datilografado não sendo permitido colar cópias da lista dos nomes;

c) Frequência do aluno obrigatoriamente deve ser registrada diariamente, sem deixar lacunas;

d) Resumo dos conteúdos trabalhados, bem como a data;

e) Notas dos instrumentos de avaliação, incluindo a recuperação paralela, precedendo a apuração das médias bimestrais e finais.

3. Caderneta Eletrônica: 

Com o avanço das tecnologias, a educação também evoluiu para o formato digital, incluindo o Diário de Classe, agora eletrônico. Seu preenchimento segue o mesmo processo do diário convencional.

No formato digital, o professor recebe automaticamente suas turmas, horários de aula e a lista de alunos matriculados, facilitando o registro do conteúdo das aulas, o lançamento das notas de cada instrumento avaliativo do bimestre e a realização de chamadas. Além disso, por estar integrado ao sistema escolar, o diário eletrônico permite que a secretaria acompanhe em tempo real a frequência e as notas dos estudantes.

4. Vantagens:

  • Cálculo automático de notas e faltas: anteriormente, o professor precisava calcular individualmente, o que demandava mais tempo e esforço.

  • Facilidade no preenchimento: no formato digital, erros podem ser corrigidos imediatamente ao serem identificados, diferentemente do diário escolar físico, que exigiria recomeçar todo o preenchimento em caso de erro.

  • Acesso remoto: o diário escolar não está mais restrito à escola. Agora, em ambiente virtual e com acesso à internet, o professor pode lançar notas e faltas de qualquer lugar.

  • Emissão da caderneta para impressão: opção de impressão da caderneta sempre que necessário.



Referência:

Diário Escolar (Adaptado)

Proesc educacional. htpp://proesc.com/beneficios-para-os-professores



Dicas importantes

  • Elogie três pessoas por dia
  • Tenha um aperto de mão firme
  • Olhe as pessoas nos olhos
  • Gaste menos do que ganha
  • Saiba perdoar a si e aos outros
  • Trate os outros como gostaria de ser tratado
  • Faça novos amigos
  • Saiba guardar segredos
  • Não adie uma alegria
  • Surpreenda aqueles que você ama com presentes inesperados
  • Sorria
  • Aceite sempre uma mão estendida
  • Pague suas contas em dia
  • Não reze pra pedir coisa, reze para agradecer e pedir sabedoria e coragem
  • Dê às pessoas uma segunda chance
  • Não tome uma decisão quando estiver cansado ou nervoso
  • Respeite todas as coisa vivas, especialmente as indefesas
  • Doe o melhor de si no seu trabalho
  • Seja humilde, principalmente nas vitórias
  • Jamais prive uma pessoa de esperança. PODE SER QUE ELA TENHA SÓ ISSO.

Autor desconhecido

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Base Nacional Comum Curricular - 10 competências

 

COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA

1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.

8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.


Disponível no site:

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf




terça-feira, 21 de dezembro de 2021

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

 

Seção V

Da Educação de Jovens e Adultos

Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.

Art. 37.  A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.             (Redação dada pela Lei nº 13.632, de 2018)

§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.

§ 2º  O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.

§ 3º  A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento.         (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)

Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.

§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:

I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;

II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.

§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames.

 

 Fonte: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm

 

 

O texto da LDB Nº 939496 encontra-se em processo de revisitação curricular.