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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Sonetos

Soneto de Contrição

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto 
Que o meu peito me dói como em doença 
E quanto mais me seja a dor intensa 
Mais cresce na minha alma teu encanto. 

Como a criança que vagueia o canto 
Ante o mistério da amplidão suspensa 
Meu coração é um vago de acalanto 
Berçando versos de saudade imensa. 

Não é maior o coração que a alma 
Nem melhor a presença que a saudade 
Só te amar é divino, e sentir calma... 

E é uma calma tão feita de humildade 
Que tão mais te soubesse pertencida 
Menos seria eterno em tua vida. 
                                                          Vinicius de Moraes

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