Todos nós temos a nossa "bagagem", de tudo aquilo que vivemos e experienciamos, nossas lembranças, nossos conceitos, nosso modo de encarar e perceber a vida e as coisas à nossa volta. A isso, chamamos de Fundo.
Em contrapartida, tudo aquilo que nos chama a atenção em determinado momento, que nos prende, seja um objeto, seja uma necessidade que precisa ser satisfeita (fome, sede, amor, dinheiro, etc.), é o que chamamos de Figura em Gestalt-terapia.
O que você vê na ilustração abaixo?
Um homem tocando saxofone ou a sombra do rosto de uma mulher?
Você pode ver ambos, mas acada momento, uma das duas imagens "salta" mais aos seus olhos. Essa alternância de uma para a outra às vezes é tão rápida que até parece que conseguimos ver ambas ao mesmo tempo, mas não. Esse processo rápido de alternância entre figura e fundo acontece também em nossas vidas. A cada momento, e de acordo com nossas necessidades e interesses, nossa figura muda. Se enquanto estou escrevendo, sinto sede, a sede passa a ser minha figura e escrever aqui torna-se fundo até que minha sede seja satisfeita. Por isso diz-se que este processo de alternância é fluído.
Quando não há fluidez nesse processo, e a pessoa não consegue formar figuras claras e nítidas, ou seja, quando não consegue identificar suas necessidades, aquilo que precisa para se sentir satisfeita; diz-se que a gestalt (a configuração) não foi fechada, está fixa ou cristalizada.
Veja outras figuras:
Nessa imagem, vemos, forçosamente, uma jarra escura ou duas faces claras. É-nos vedado ver as duas figuras, ao mesmo tempo e com a mesma saliência. Isso não se trata de uma escolha, mas sim de uma condição: percebemos, invariavelmente, uma figura, ou seja, um elemento saliente, em foco, por sobre um fundo, que é mais indiferenciado.
Um pato ou um coelho?
Um pato ou um coelho?
Um índio ou um esquimó?
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