Sociólogo alemão (1897-1990), foi tardiamente considerado um dos principais representantes da contemporânea, em decorrência de suas análises a respeito da influencia exercida pelas transformações históricas sobre o comportamento individual e vice-versa. Desenvolveu sua carreira acadêmica na Inglaterra depois de fugir da Alemanha nazista, em 1933.
Foi professor da Universidade de Gana, na África, nos anos de 1960, e terminou a vida em Amsterdã, na Holanda. Suas principais e mais conhecidas obras são “O processo civilizador” e “A sociedade dos indivíduos”.
Outras publicação: A sociedade de corte, Os alemães, Os estabelecidos e os outsiders,Mozart: sociologia de um gênio, A peregrinação de Watteau à Ilha do Amor, O processo civilizador (2 vols.), Sobre o tempo, A sociedade dos indivíduos e A solidão dos moribundos.
A SOCIEDADE DOS INDIVÍDUOS
Norbert Elias questiona a respeito do entendimento da palavra sociedade. Todos sabem o que se pretende dizer quando se usa a palavra “sociedade”, ou pelo menos todos pensam saber. A palavra é passada de uma pessoa para outra como uma moeda cujo valor fosse conhecido e cujo conteúdo já não precisasse ser testado. Quando uma pessoa diz “sociedade” e outra a escuta, elas se entendem sem dificuldade.
Para Elias a ideia que temos de sociedade e a ideia que temos de indivíduo nunca chegam a unir intensamente. Para Elias nem a sociedade nem o indivíduo existem sem o outro. Um não pode existir sem o outro, nem um se pertence, coexistem ambos. Sem indivíduo não tem sociedade, sem sociedade não tem indivíduo.
Os indivíduos são suas relações. As redes humanas se desenvolvem e se apresentam como seres humanos. O homem é um ser social, para isso dependente da companhia de outros. É necessário um alto grau de maleabilidade e adaptabilidade das funções relacionais humanas. Essa maleabilidade e adaptabilidade é uma precondição para a estrutura das relações entre as pessoas ser tão mais variável do que entre os animais. A linguagem, a fala é um ajustamento social, necessário para o ser humano o que determina a linguagem do indivíduo é a sociedade em que ele cresce.
Os seres humanos são constituídos de uma ordem natural e de uma ordem social, essa ordem social deve sua própria existência a peculiaridade da natureza humana essa peculiaridade consiste na mobilidade e maleabilidade especial pelas quais o controle comportamental humano difere da dos animais que é algo natural, é algo herdado, portanto nos animais é um padrão fixo de controle comportamental em relação a outros seres e coisas, no ser humano tem que ser produzido entra em ação regularidades e processos automáticos que determinamos de “sociais”, em contraste com as regularidades orgânicas e naturais.
Para Elias a ideia que temos de sociedade e a ideia que temos de indivíduo nunca chegam a unir intensamente. Para Elias nem a sociedade nem o indivíduo existem sem o outro. Um não pode existir sem o outro, nem um se pertence, coexistem ambos. Sem indivíduo não tem sociedade, sem sociedade não tem indivíduo.
Os indivíduos são suas relações. As redes humanas se desenvolvem e se apresentam como seres humanos. O homem é um ser social, para isso dependente da companhia de outros. É necessário um alto grau de maleabilidade e adaptabilidade das funções relacionais humanas. Essa maleabilidade e adaptabilidade é uma precondição para a estrutura das relações entre as pessoas ser tão mais variável do que entre os animais. A linguagem, a fala é um ajustamento social, necessário para o ser humano o que determina a linguagem do indivíduo é a sociedade em que ele cresce.
Os seres humanos são constituídos de uma ordem natural e de uma ordem social, essa ordem social deve sua própria existência a peculiaridade da natureza humana essa peculiaridade consiste na mobilidade e maleabilidade especial pelas quais o controle comportamental humano difere da dos animais que é algo natural, é algo herdado, portanto nos animais é um padrão fixo de controle comportamental em relação a outros seres e coisas, no ser humano tem que ser produzido entra em ação regularidades e processos automáticos que determinamos de “sociais”, em contraste com as regularidades orgânicas e naturais.
CONFIGURAÇÃO
O conceito de configuração: é uma estratégia metodológica que possibilita escapar dos ideais e das crenças pelos quais os diversos campos de conhecimento estão capturados, fragmentando e polarizando a dimensão humana. A configuração alarga os campos e os coloca em relação estreita com outras disciplinas, como a sociologia se volta para a educação, a história e a psicologia.
No artigo intitulado Conceitos sociológicos fundamentais, Elias mostra que o conceito de configuração compreende a formação dos indivíduos na sua relação com os objetos simbólicos, com a transmissão da cultura e com o aprendizado de um patrimônio simbólico social. O indivíduo que não foi educado com símbolos de uma cultura, que não aprendeu uma língua ou que não inscreveu elementos sociais em seu processo de subjetivação não se desenvolve propriamente como um ser humano. Assim, devido à interdependência entre os indivíduos, mesmo em situações de desordem, caos, rompimentos ou desintegrações sociais, os indivíduos sempre acabam se agrupando em configurações específicas.
O indivíduo possui dentro da sociedade um papel que já lhe vem determinado anteriormente ao seu nascimento. Não lhe cabe absolutamente a escolha de mudar de posição. Os indivíduos constituem uma rede de laços invisíveis, cuja circulação é limitada e dependente das funções que podem exercem dentro da configuração. Essa associação não se constitui de relações entre indivíduos, mas de relações entre funções.
O indivíduo possui dentro da sociedade um papel que já lhe vem determinado anteriormente ao seu nascimento. Não lhe cabe absolutamente a escolha de mudar de posição. Os indivíduos constituem uma rede de laços invisíveis, cuja circulação é limitada e dependente das funções que podem exercem dentro da configuração. Essa associação não se constitui de relações entre indivíduos, mas de relações entre funções.
OBRA: PROCESSO CIVILIZADOR
Em O Processo Civilizador , Norbert Elias leva -nos a pensar no que aconteceria se um homem da sociedade ocidental contemporânea fosse , de repente, transportado para uma época remota, tal como o período medievo – feudal . Possivelmente descobriria nele hábitos e o dos que julga selvagem ou incivilizado em sociedades da atualidade . Tais hábitos , diferentes dos seus, não condizem com forma como foi educado, por isso os homens os abominariam . É possível que encontrasse um modo de vida muito diferente do seu, alguns hábitos e costumes lhe seriam atraentes, convenientes e aceitáveis segundo seu ponto de vista, enquanto poderia considerar outros inadequados. Estaria diante de uma sociedade que, para ele, não seria civilizada. Para este homem, civilizados são os costumes do seu tempo, de seu povo, de sua terra. Aqueles hábitos que sua sociedade abomina é que seriam considerados incivilizados, isto é, as pessoas que os praticaram, não foram educadas, refinadas para a sociedade daquele homem.
A obra divide -se em dois volumes. O primeiro apresenta uma história dos costumes. Nele o autor analisa o desenvolvimento dos diferentes conceitos de cultura e civilização na Alemanha, Inglaterra e na França. Posteriormente explora a civilidade como transformação dos costumes, que vai em mudanças nos costumes das pessoas à mesa, no momento das refeições, na forma de comer, em relação às funções corporais, tais como espirrar ou tossir, escarrar, arrotar ou expelir gazes, até o comportamento no quarto de dormir ou no controle da agressividade. Para esta análise, Norbert Elias baseia-se principalmente em livros de boas maneiras, além de pinturas, literaturas e documentos históricos.
Para Elias, o processo civilizador constitui uma mudança a longo prazo na conduta e sentimentos humanos rumo a uma direção muito especifica. No entanto, reconhece que pessoas isoladas no passado não planejaram essa mudança, essa civilização, retendendo efetivá-la, gradualmente por meio de medidas conscientes, racionais, deliberadas, ao longo de séculos. Segundo Elias a civilização não é racionalização, nem um produto da raça humana nem mesmo o resultado de um planejamento a longo prazo.
O processo civilizatório educacional que Elias analisa vai em direção ao equilíbrio entre os interesses individuais e os coletivos na sociedade, produto do autocontrole. Elias afirma que para que o homem possa ser livre e feliz, é necessário um equilíbrio mais durável, uma sintonia mais fina, entre as exigências gerais da existência social do homem, por um lado, e suas necessidades e inclinações pessoais, por outro. Dito de outra forma é preciso satisfazer as necessidades e desejos pessoais, no entanto essa satisfação não pode destoar das regras da sociedade. Se a estrutura das configurações humanas, de sua interdependência, tiver essas características, se a coexistência delas, que afinal de contas é a condição da existência individual de cada uma, funcionarem de tal maneira que seja possível a todos os assim interligados alcançar tal equilíbrio, então, e só então, poderão os seres humanos dizer a respeito de si mesmos, com alguma honestidade, que são civilizados. Até então estarão, na melhor das hipóteses, em meio ao processo de se tornarem civilizados.
Para essas questões, Elias esclarece que nada na história indica que essa mudança tenha sido realizada racionalmente, por meio de qualquer educação intencional de pessoas isoladas ou de grupos. A transformação acontece, de maneira geral, sem planejamento algum, mas nem por isso sem um princípio específico de ordem.
Para o autor, a civilização não é razoável, nem racional, nem irracional. A civilização é posta e mantida em movimento e mantida em movimento pela dinâmica autônoma de uma rede de relacionamentos, por mudanças específicas na maneira como as pessoas se veem obrigadas a conviver.
Para o autor, a civilização não é razoável, nem racional, nem irracional. A civilização é posta e mantida em movimento e mantida em movimento pela dinâmica autônoma de uma rede de relacionamentos, por mudanças específicas na maneira como as pessoas se veem obrigadas a conviver.
REFERÊNCIAS
COSTA, André Oliveira . Norbert Elias e a configuração: um conceito interdisciplinar. Revista de Sociologia Configurações. 2017, p. 34-48
OLIVEIRA, Osmar Nascimento de; OLIVEIRA, Terezinha. O processo civilizador segundo Norbert Elias. Disponível em:
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1342/56
SILVA, Afrânio; PIRES, Vinicius Mayo e outros. Sociologia em movimento. In: A sociologia e a relação entre o individuo e a sociedade.2.ed: Moderna, 2016, p. 38 a 60
http://www.ucs.br/etc/conferencias/index.php/anpedsul/9anpedsul/paper/viewFile/1342/56
SILVA, Afrânio; PIRES, Vinicius Mayo e outros. Sociologia em movimento. In: A sociologia e a relação entre o individuo e a sociedade.2.ed: Moderna, 2016, p. 38 a 60
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