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sábado, 3 de novembro de 2012

PROGESTÃO - MÓDULO 5


Como construir e desenvolver os princípios de convivência democrática na escola?

Unidade 1 – Construção e desenvolvimento da convivência democrática:fundamento da escola de hoje.

Unidade 2 – Barreiras ao convívio democrático.

Unidade 3 – Caminhos que levam ao convívio democrático: as parcerias.

Unidade 4 – Referências essenciais e normas reguladoras da convivência democrática na escola.

" O importante não é o que
fizeram de nós, mas o que vamos
fazer daquilo que fizeram de nós."
Jean-Paul Sartre, O Ser e o nada

PROGESTÃO - Módulo IV


Como promover o sucesso da aprendizagem do aluno e a sua permanência na escola?

Unidade 1 – Ensinar e aprender na escola: o que sabemos hoje?

Unidade 2 – Trabalho pedagógico: aí está o foco!

Unidade 3 – Prática pedagógica: todo cuidado é pouco!

Unidade 4 – Avaliação: prática a favor dos alunos ou contra eles?

Textos trabalhados:

A trilha do bezerro
Certo dia, um bezerro que estava perdido atravessou uma floresta virgem para voltar a seu pasto. Sendo um animal irracional, abriu uma trilha tortuosa, cheia de curvas, que subiam e desciam colinas. No dia seguinte, um cão que passava por ali usou essa mesma trilha torta para atravessar a floresta. Depois, foi a vez de um carneiro, líder de um rebanho, que fez seus companheiros seguirem pela trilha sinuosa. Mais tarde, os homens começaram a usar esse caminho; entravam e saíam, viravam à direita, à esquerda, abaixavam-se e se esquivavam de obstáculos. Tanto sacrifício os fazia reclamar e praguejar, até com um pouco de razão, mas não faziam nada para mudar o caminho. Depois de tanto uso, acabou virando uma estradinha, onde pobres animais, cansados sob cargas pesadas, eram obrigados a percorrer em três horas uma distância que poderia ser vencida em, no máximo, uma hora, caso a trilha não tivesse sido aberta por um bezerro. Muitos anos se passaram e a estradinha tornou-se rua principal de um vilarejo e, posteriormente, avenida principal de uma pequena cidade. Logo, transformou-se no centro de uma grande metrópole e por ela passaram a transitar, diariamente, milhares de pessoas, seguindo a mesma trilha torta feita pelo bezerro centenas de anos antes.

A professora de horizontologia
 Narrador - Já tinha parado a chuva e Clara Luz estava louca que a Gota voltasse.
Felizmente a Fada-Mãe veio com uma novidade:
Fada-Mãe - Minha filha, hoje vem uma professora nova. Você vai ter a sua primeira aula de horizontologia.
Clara-Luz - O que é isso?
Fada-Mãe - É saber tudo sobre o horizonte. As crianças lá da Terra aprendem geografia. As fadas aprendem horizontologia.
Clara-Luz - Acho que vou gostar dessa aula.
Narrador - O sininho da porta bateu: era a professora que vinha chegando. Clara Luz correu ao encontro dela.
Clara-Luz - Bom dia! Estou louca para aprender tudo sobre horizontes!
Professora - Que bom! Gosto de alunos assim entusiasmados.
Narrador - A professora era uma fada muito mocinha, que tinha acabado de se formar em professora de fadinhas. Sabia horizontolologia na ponta da língua.
A Fada-Mãe ofereceu um cafezinho de pó-de-meia-noite e depois deixou Clara Luz e a Professora sozinhas.
Professora - Muito bem. Primeiro quero ver o que você já sabe.
Sabe alguma coisa sobre o horizonte?
Clara-Luz - Saber, mesmo, não sei, não. Mas tenho muitas opiniões.
Professora - Opiniões?
Clara-Luz - É, sim. Quer que diga?
Professora - Quero.
Clara-Luz - A minha primeira opinião é que não existe um horizonte só. Existem muitos.
Professora - Está enganada. Horizonte é só um!
Clara-Luz - Eu sei que todos acham que é só um. Mas justamente vou escrever um livro, chamado Horizontes Novos.
Professora - Você vai escrever um livro?
Clara-Luz - Vou. Eu acho que criança também pode escrever livros, se quiser, a senhora não acha?
Professora - Acho, sim.
Clara-Luz - Pois nesse livro eu vou dizer todas as minhas idéias sobre o horizonte.
Professora - São muitas?
Clara-Luz - Um monte. Por exemplo: eu acho que nós duas não devíamos estar aqui.
Professora - Ué! Devíamos estar onde, então?
Clara-Luz - No horizonte, mesmo. Assim, em vez da senhora ficar falando, bastava me mostrar as coisas e eu entendia logo. Sou muito boa para entender.
Professora - Já percebi.
Clara-Luz - Tenho muita pena das professoras, coitadas falam tanto!
Professora - É verdade.
Clara-Luz - Então, se está de acordo, por que não vamos para o horizonte já?
Professora - Não pode ser!
Clara-Luz - Por quê?
Professora - Não sei se é permitido... Não foi assim que eu aprendi horizontologia no colégio...
Clara-Luz - Por isso é que a senhora é tão magrinha.
Professora - Hein?
Clara-Luz - Coitada, levou anos aprendendo horizontologia sentada!
Narrador - A professora levantou-se de repente:
Professora - Sabe de uma coisa? Vamos!
Narrador - Clara Luz ficou radiante!
Clara-Luz - Eu sabia que ia gostar dessa aula.
Narrador - E foram.
Clara-Luz - Viu como é fácil ir?
Professora - É mesmo. Nunca pensei que fosse tão fácil!
Narrador - Ela passava o dia dando lições para sustentar a mãe, uma fada velhinha, que já não podia trabalhar nem fazer mágicas. Ganhava vinte estrelinhas por aula e não tinha tempo para passeios.
Agora, com o ar puro lhe batendo no rosto, estava até mais coradinha.
Clara-Luz - A senhora é bem bonita, sabe?
Professora - Acha?
Narrador - Nisso, chegaram.
A Professora foi a primeira a pular sobre o horizonte. Estava tão alegre que se esqueceu que era professora e saiu aos pulos, com os cabelos voando:
Professora - Viva! Estou no horizonte!
Narrador - Clara Luz foi atrás, também muito contente.
Um navio ia justamente aparecendo no horizonte.
Clara-Luz - Aproveite!
Narrador - A Professora aproveitou. Segurou o navio na mão, como se ele fosse um brinquedo.
O navio ia cheio de gente, que estava voltando da Europa, mas ninguém percebeu o que estava acontecendo. Só ficaram todos alegres. E o comandante resolveu dar um baile.
A Professora, em criança, nunca tivera brinquedos, porque era muito pobre.
Ficou encantada!
Professora - Olhe só, que gracinha! Estão dançando, lá dentro!
Narrador - Ela se sentia como as crianças, quando vão ao teatrinho de bonecos.
Ficaram as duas se divertindo, muito tempo, com aquele teatrinho.
Depois, a Professora colocou o navio no mar, com tanto cuidado que não levantou a menor ondinha.
E o navio, assim que saiu do horizonte, virou navio grande de novo, cheio de gente grande.
A Professora, agora, estava coradíssima e como os olhos brilhando. Ter um brinquedo tinha feito um bem enorme a ela.
Clara-Luz - Vamos brincar de escorregar no arco-íris?
Narrador - Dessa vez a Professora nem se lembrou de pensar se seria permitido, ou não.
Foi logo subindo por um lado do arco-íris e escorregando pelo outro, com os braços para o ar!
Professora - Lá vou eu!
Narrador - No princípio, como não tinha prática, escorregava muito desajeitada e Clara
Luz morria de rir.
Mas logo se habituou e mostrou que tinha um jeitinho louco para escorregar no arco-íris. Escorregava de costas, de frente, em pé e até dançando.
Clara Luz fazia tudo para imitá-la, mas a verdade é que não conseguia tão bem.
Tinha acontecido uma mágica com o cabelo da Professora: agora estava dividido em duas tranças, igualzinho ao que ela usava quando tinha dez anos.
Clara Luz estava notando isso, mas não disse nada. A Professora ainda não tinha percebido o que lhe acontecera.
Clara-Luz - Agora a senhora não quer dar uma espiada nos outros horizontes?
Professora - Que outros, querida? Só existe um.
Clara-Luz - Então olhe para lá!
Narrador - A Professora, que só estava olhando para cá, concordou em olhar para lá, já que Clara Luz fazia questão.
E viu mais de dez horizontes, um depois do outro.
Professora - Não é possível, Clara Luz! Estou vendo dez!
Clara-Luz - É? Então a senhora é formidável em horizontologia, mesmo. Eu só estou vendo sete.
Professora - Mas não é possível, Clara Luz! Será que não estamos sonhando?
Clara-Luz - Claro que não. Está sonhando é quem só vê um.
Narrador - Lá longe, na Via Láctea, a Fada-Mãe tocou o sininho, para avisar que já tinha acabado a lição.
Clara Luz e a Professora voltaram voando, rindo da cara das fadas que abriam as janelas e comentavam uma com as outras:
"Que professora, essa! Onde já se viu dar lição, assim? Brincando no meio da aula!"
Narrador - A Fada-Mãe estava na porta, esperando por elas.
Fada-Mãe - Onde estiveram?
Clara-Luz - No horizonte, mamãe. Essa professora não ensina falando, não. Ela ensina indo.
Narrador - A Professora encabulou: só agora reparara que estava de trancinhas. Que iria pensar a Fada-Mãe?
Mas a Fada-Mãe não era boba: foi lá dentro e, em vez de vinte estrelinhas, trouxe trinta, para o pagamento.
Fada-Mãe - Muito obrigada. Nunca vi minha filha gostar tanto de uma lição.
Narrador - A Professora não quis receber.
Professora - Não vou cobrar nada por essa aula. Eu é que aprendi muito com a sua filha.
Clara-Luz - Não acredite, mamãe! Ela é a professora melhor que eu já tive.
Narrador - A Fada-Mãe já tinha percebido isso. Insistiu em pagar as trinta estrelinhas e pediu à Professora que não deixasse de voltar, duas vezes por semana.

ALMEIDA, Fernanda Lopes de. A fada que tinha idéias. 16. ed. São Paulo: Ática, 1989.



Progestão - Como promover a construção coletiva do projeto pedagógico da escola?


Programa de Capacitação a Distância para Gestores Escolares – PROGESTÃO

Unidade 1 – Por que construir coletivamente o projeto pedagógico?

Unidade 2 – Que dimensões e princípios orientam o projeto pedagógico?

Unidade 3 – Como construir coletivamente o projeto pedagógico?

Unidade 4 – Como articular o projeto pedagógico e a prática pedagógica?


“ O projeto da escola depende, sobretudo, da ousadia dos seus agentes, da ousadia de cada escola em assumir-se como tal, partindo da “cara” que tem, com o seu cotidiano e o seu tempo/espaço, isto é, o contexto histórico em que ela se insere. Projeto significa 'lançar para a frente', antever um futuro diferente do presente. Projeto pressupõe uma ação intencionada com um sentido definido, explícito, sobre o que se quer inovar."
                                                                                                                   Moacir Gadotti